fonte: UOL
“Temos que ter uma visível melhoria do gasto público. Para as pessoas pagarem imposto elas têm que ver que os gastos estão sendo bem aplicados e no Ministério da Saúde vemos maus exemplos”, afirmou o novo ministro Ricardo Barros, em seu primeiro anúncio oficial, nesta sexta-feira (13). Barros disse que a gestão e financiamento são suas especialidades e que iria usar essa experiência para melhorar a qualidade do gasto público na Saúde.
Como a primeira ação no ministério, Barros quer melhorar o sistema de informação no SUS (Sistema Único de Saúde) como maior informe de gastos. “São os Estados e municípios que executam as ações determinadas pelo ministério, [por isso] precisamos saber o que faz cada prefeito. O que faz, quanto gastam. Sei que vamos achar bons exemplos e podemos replicar o que estão fazendo. Sem informação não há gestão”, disse. O novo ministro afirmou que pretende ter uma tela com todos os atendimentos e gastos feitos no país, em uma base de dados contínua.
O ministro pouco falou do vírus da zika, dengue e do Aedes aegypti, além do recente surto de gripe e H1N1 no país. Disse que irá continuar a investir no combate ao mosquito, sem detalhar muito suas futuras ações. O Brasil teve 1.326 casos de microcefalia ou lesões no sistema nervoso notificados entre outubro de 2015 e o dia 7 de maio, segundo relatório do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (11).
Além disso, segundo ele, falta planejamento ao ministério. “Temos UPAS (Unidade de Pronto Atendimento) construídas sem funcionamento, ambulâncias e UBS (Unidade Básica de Saúde) sem uso. Isso o contribuinte percebe claramente que houve uma falha no planejamento. Claro, não é falta de vontade do gestor, mas é preciso superar algumas barreiras, algumas delas são falta de capacidade financeira para transferir verba para que funcione. O prefeito ou governador, às vezes, não têm o dinheiro para o funcionamento. Vamos entender porque começamos uma ação sem ter condições de levá-la até o final”.
Sem aumento de verbas
Barros foi o relator do Orçamento de 2016 na Câmara e diz que sabe que não haverá mais dinheiro para a Saúde neste ano. “Não vamos ter dinheiro para tudo, não vamos resolver todas as filas e as macas nos corredores, mas podemos melhorar a qualidade dos gastos e gestão”, disse. Segundo ele, a CPMF não irá voltar este ano e não é uma decisão de sua pasta. “Temos que melhorar o gasto do dinheiro que já temos”. Segundo ele, temos que usar eficiência, criatividade e usar o que já está sendo feito com bons resultados.
Barros afirmou ainda que irá incentivar uma maior participação de médicos brasileiros no Mais Médicos, como já vinha sendo feito. “Vamos incentivar os brasileiros a participarem, mas não haverá mudança no programa”.